Carnavalia
Em azul ardósia e em uma canção de vinho hora ela na esquina, corria em direção ao taxi mais próximo, com suas faixas em branco, a rua impedia que o veículo parasse, um antigo sedan bem cuidado. Ela perdeu mais um taxi e ficou esperando o próximo, enquanto isso,do outro lado da cidade:
- Estou atrasado! Ele vinha de boca de sino de carnaval em carnaval, com duas cores estampadas na camisa, uma antiga foto de Brigitte, no canto do asfalto caiado e mais a frente uma lixeira condecorada a patrimônio público. A cidade estava novinha em seus tons de brasilis, cadete e aérea .Nesse tempo, na estação:
-Finalmente, entrava ela em um bugre aspargo, foi o melhor que eu pude. Parece que tudo servia de transporte. Mas era para um amigo que ela tinha ligado. E ele até lá foi busca-la.
A cidade estava cheia e logo que saíram do miolo, ela pode ver as cores, primeiro olhou para as ruas e deu de encontro aérea, suspendida pelo bugre aspargo, logo em seguida cruzando o sinal da travessa, uma multidão de cabelos e camisas e o jeans de sempre. As faixadas das construções em tons à tinta, por sua vez uma delas se destacou:
- e veio cá na frente da minha visão, ilumidado de creme, meu cabelo balaçanva naquilo, o bugre!
Quanto ao prédio, o passamos e eu procurava minha Marshmallow na bolsa.Enquanto isso, ele avistou de longe o bugre e ergueu os braços:
- Olhe lá o Josué, disse Felícia.
O bugre saiu da travessia e pegou uma rotatória.No meio a grama parda acabara de ser cortada.Com uma estátua no centro com alguma frase escrita sobre sobe e descer.
-Bom, finalmente nos encontramos!
-Eu ia até a estação. Felícia ficou olhando a camisa coma Brigitte estampada.
-Te pegamos no meio do caminho, disse Alencar
Ele entrou com a boca de sino que agarrou no bugre. Sentou no banco de trás, enquanto isso Alencar ia fazendo Felícia sorrir.
Ele ligou numa rádio messiânica e por lá ficamos até chegar.
Carnavalia pt 2
Saindo de uma festa à flamenguista, decidiam quem tomaria o taxi, no outro lado da cidade. Ficaram um pouco sem saber o que fazer e logo em seguida, a guria entrou no taxi sozinha e os restante do grupo de Brasil, umas cinco pessoas resolveram ir caminhando.
O taxista, eu perguntei aonde ela iria, conferi a rota e fui guiando. Era noite e entre uma conversa e outra, essa guria me pergunta:
-Você conhece aquele poeta, o que morreu há algum tempo?
-Não. E mandei a quinta de Beethoven.
Estravamos numa reta que daria de encontro a um túnel um pouco longo, pedi pra ela fechar os vidros e liguei o ar do automóvel. Meu carro era antigo, um prata e ainda tinha vidros da janela com maçaneta de rodar. Eu expliquei a ela, dentro do túnel:
- Tá vendo essa sujeira?
-Sim.
- É do motor, a fuligem do carro.
-Para andar num túnel desse tamanho, prefiro queimar um pouco mais de gasosa.
Ela ficou um tempo calada e depois de alguns minutos ainda no túnel, ela perguntou;
-Mas você tem certeza que não conhece o poeta?
-Moça, eu só conheço os clássicos dos clássicos!
-Nada de Poesia?
-Nada!
Tocava Beethoven no meu toca fitas. Eu tinha comprado essa coleção em uma banca de revista, vinha com Haydn, Beethoven, Mozart e Chopin. Eu trabalhava escutando aquilo o tempo todo e já por deveras conseguia saber onde cada movimento estava.
Nesse tempo que estivemos no túnel, a moça pediu a atenção para recitar um dos poemas do então autor, levantou a voz e junto com a música recitou um longo poema de cabeça e perguntou;
-Você conhece esse?
-Não!
Saímos do túnel e as janelas voltaram a se abrir. Ela viu um orelhão e logo quis descer.
-Eu preciso ligar pra casa!
-Moça, você está em um taxi, eu terei de cobrar pela parada.
-Tudo bem!
Em seguida eu parei na esquina de um faixada maná de um bar, havia um segundo andar com uma placa bem grande dizendo o nome do recinto. Ela desceu e eu fiquei de motor ligado vigiando envolta
De lá ela gritou:
-Pode ir
Quando eu cheguei em casa, isso depois das 3:00, fiquei pensando porque a guria recitou um poema tão longo. Eu fui colocando as chaves no lugar, fiquei curioso. Quando liguei a tevê fui saber o resultado da seleção que tinha jogado logo antes da corrida com a guria.
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