Eu vivi no olho

do furacão

no centro da revolução

no dente da boca do leão

Passei girando pela terra

Observando o mar, as plantas

e as donzelas

Comi o ventre da primavera

Entrei em uma caverna

Dormi, sonhei, acordei

numa taverna

e lá tinha gente igual a outra

Desci pela viela

segui a enxurrada que viera

e fui embora na miséria

 

Se não gostam

Do meu poema

Não gostam do

Meu violão, a vontade

Vibrando forte

Entre as casas

E escalas, afinal

Sou somente, e

Quem sabe sou

Um ser vibrante

Oco e traçado a

Linhas paralelas

E elas me fazem

Ainda é ressonar

 

 Ando fazendo

mais inimigos

que fumando

cigarros e até

calado penso

como, que se

abrir a boca a

mais alguém

mais viram e

calaram meus

versos e gesto

    Só um teste, que

A realidade insiste

Em me dizer que

Não posso vence-la

Mas meus cabelos

Que um dia serão

Brancos me dizem

Que será ao contrario

 O dia passou

comi besteiras

e pensei em fazer

um manifesto

hiper-realista

por acaso

acendi um cigarro

e fui até a a pé

a padaria mais 

próxima

chovia

voltei e me sentei

nessa maquina

e continuei a escrever

e pensar que seria 

bobagem fazer 

um manifesto hiper-realista

 Se os deus dançam

como estrelas bailarinas

os homens dançam

valsas cadentes em 

prostibulos baratos

     Tem gente

falando de coisas

tão minúsculas

e detalhes tão

pequenos que

são raras as pessoas

que podem nota-las

eu diria que um carteiro

entrega a correspondência

e que um soldado limpa

seu rifle com cuidado

a minha nova paixão

amarra seus cadarços

da Vans, enquanto eu

tento adivinhar seu estilo

mas é tão ínfimo que

me perco nas palavras

e dela não espero resposta

por conta de detalhes

eu não tirei a carteira de

motorista de primeira

e com esses mesmos

detalhes dirijo meu carro

agora uma simpatia

ou outra e a vida

te amarra, seduz e separa

agrega e repara

a quem presta atenção

 Com humildade

se vai longe,

mas não se chega

ao por do sol

Quer cracker quer-me rapper

 Se casou

não sei...

me mudei

arranjei outros

gatos

aos sábados

limpava o carro

aos domingos rezava

e continuei pensando

nela, mas não

a queria mais

 Esse negócio de amar a Deus sob todas as coisas me veio de supetão outro dia , quando eu estava deitado na minha cama sem fazer nada. Pensei em mulheres e poesia, alguns textos curtos que escrevo para desabafar e percebi que é inerente a minha vontade amar Deus primeiramente. Mulheres em segundo plano e a poesia em terceiro, mas na verdade amo a Deus primeiro e escrevo sobre mulheres em segundo plano. Não por minha vontade, mas por minha essência.

Não sou casto e santo é só que para minha vontade e libido está longe de mim correr atrás de uma mulher e demostrar meu amor. Sufoco, aquilo me atormenta vejo a face de Deus e seus olhos que me queima a cara e disso tudo sai uma poesia

Já as mulheres entram e saem quando querem sem minha vontade de acorrenta-las

    As pipocas

pipocam e

eu não sou

o dono da

da razão e

concluem

sozinhas

que precisam

de sal

as pipocas

de doce ao

certo precisam

de açúcar

e pipocam

na panela

pois fora dela

não são ninguém

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 O ego

é insolúvel

não digere

não descongela

permanece

como uma finca

cada um por si

estático como

um girassol

que só mantem

suas pétalas

voltadas para o sol

o ego não dividi

não multiplica

nem soma

só faz a diferença

quando

encontra uma paixão