segunda-feira, 31 de maio de 2021

sobre ela

meus dentes contam uma história

e não são só sorrisos

amarelos

Às más notícias

Corroem rápido

O intestino

então eu pulei de

Um prédio de 11

Andares para salva-la

E ela não me disse

Ao menos adeus

Acho que foi quando

Deus fechou os olhos

Um amor proibido

Talvez sirva como desculpa

Da minha incapacidade

De demonstrar

Corretamente como

A amava

Delírio após delírio

E uma saída rápida

Entre os intervalos

Do almoço

E do lanche

Para fumar

Ela simplesmente

Me irritava tanto

Que já não conseguia

Perceber

Que foi por sua voz

Que me apaixonei

Indelicada,

Feia

Patética demais

Eu, um idiota,

Insensível

Para não mais dizer

Nem a mal dizer

Mas foi por estas

Mesmas qualidades

Que nos apaixonamos

E também é por estas

Mesmas que não

Estamos juntos

Baby,

eu me lembrarei

de você

até enterrado

dentro de caixão


sexta-feira, 28 de maio de 2021

Língua Seca

 

Ela tirou os sapatos

E começou a dançar

De meias

Minha língua

Ficou seca

Desde que beijei Romana

Agora só penso

Em beija-la

Para matar a saudade

De quere-la antes                     

A única sede

Que meu coração já teve

E quando encosto

Meus lábios

Eu sua boca

Meu coração já sai

Palpitando

Feito

As asa de um beija flor

Em busca do néctar

Em busca do amor

Se esses versos

Tivessem sido aprendidos

Feito os passos que Romana

Dançava de meia

A altura da noite

Por mim,

Com certeza a beijaria

mais vezes,

se já não a tivesse beijado

se já não a tivesse tido  

feito as abelhas

que nunca param

Em busca de amor

Nascemos pra isso, ora

Morrer de amor

Não de velhice

O qualquer outra coisa

Chata que nos aborreça

Enfim,

Romana se foi

E eu aprendi a

Dançar sozinho

À desinibição

Que só a loucura

te dá!

 

 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Nota de atualização, julho de 2021

Devido a demanda de atualização, acredito que os seguidores do blog Ahealetica não irão mais receber

E-mails  de atualização, porém o blog continuará a funcionar normalmente sem esta atualização.

-Guerrá Le Pagiet.

As mulheres dos anos 90

Ela inventou uma moda

E insistiu em me colocar nela

Onde estão todos os versos

Os que sempre usei

Para descreve-la

Ao máximo a reduzo em uma linha

Ávida!

Sim, ávida em tudo que fazia

e que faz

São apenas dois cachorros,

Me disse

Onde eu enxergava leões

E eles não mordem

E me agradaria ter sua companhia

Como quem me convida

Para um passeio

O telefone toca

Me chamando para morar consigo

E lá fomos nós dois

Em uma nova onda

Feito seus cabelos cacheados

dos anos 90

E sua boca viva

De cor vermelha

Demos um beijo

E me manchou totalmente

Os lábios

Dela que desfazia seu batom

Como alguém que dá adeus

A qualquer uma coisa velha

Eu que nunca fui bem preparado

Para essas coisas surpresas

A casa

Os beijos

Os cachorros

Tudo isso de repente

Feito um estalo nos dedos

Tudo que era preto e branco

Voltou a ter cor



 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

De nicotina

 

Ela me acordou

Com a mesma cara pálida

De sempre

Me trouxe café

E disse pra ficar na cama

Entendi o convite

E logo em seguida

ela reapareceu

Com sua cabeleira

dourada

Até os quadris

Delirante

Como um dia de verão

Ou como quando

O sol brilha em nossa cara

E não se enxerga nada

Envolto de desejo

Naquela cama

Mais um capítulo

Da minha vida

Que queimo

Como cigarro

Junto com as pontas

dos dedos

Amarelas

De nicotina

quarta-feira, 12 de maio de 2021

De leste a oeste

Ela não tem classe
ou estilo
Mau recebeu seu
último cachê,
Mas possui dois
olhos castanhos
E uma cabeleira
Ruiva de sangue
Eu apenas não consigo
Tirar essa mulher
Da minha cabeça
Comemos chips no ônibus
E ela ficou esperando
meu beijo
na frente de todos
Até descermos no
Ponto final
A levei até sua casa
Depois desci pela avenida
Foi quando ela correu atrás de mim
Feito Super-heróis
Voamos baixo
Com um segundo Martini
Que encontramos em
um boteco da esquina
Ela não tem classe
Ou estilo
Mas sua cabeleira, ruiva de sangue
É de deixar em qualquer
Um
Um hematoma no coração

Rafaello

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