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O quartinho dos costumes

O quartinho de costumes
Todo dia, quando se acordava a seis da manhã, num quartinho miúdo coabitava cinco pessoas. Uma família. Por serem tão certos de suas índoles e dos seus artifícios ninguém nunca questionou os hábitos alheios, pois todos eles tinha as mesmas rotina.
A senhora mais velha ia logo pro cantinho onde acendia um forrageiro para preparar a comida dos demais habitantes dos quartinho de costumes. Era uma senhora branca de meia idade, beirando os 50 anos com as bochechas rosadas, os dentes amarelos e um lenço amarrado na cabeça. Parecia uma cigana. Já os três rapazes eram morenos com cabelos lisos e olhos claros herdados da mãe, o pai era um negro forte com seus 65 anos. Os rapaz aparentavam ter entre 30 e 40 anos
A velha acabara de fazer o café da manhã, era uma coisa bem simples. Uma garrafa de café e um pedaço de bolo para cada um. Guardariam o restante para o café da tarde e a noite.
Todos iam para o trabalho ao mesmo tempo, mãe pai e filhos. o quartinho de costumes ficava trancado. Foi num dia desses que quando o irmão mais velho de Romeu chegou e vi que a porta estava arrombada e que todo o dinheiro que eles tinha guardado dentro de um guarda roupas antigos fora roubado. Mais tarde com a família toda presente, os pais de dos três filhos começaram a se indagar do porque haviam sidos roubados. Apesar de serem pobres e morarem em uma região nada convidativa, lá não era perigoso!
As coisas começaram a piorar quando Júlio foi assaltado saindo de casa num sábado a noite. A vizinhança não era mais a mesma. Moraram por lá cerca de 20 anos, e foram felizes nesses vintes anos. Mas agora o crime estava tomando conta do lugar.
O quartinho de costumes agora era apenas uma lembrança dos antigos de gloria onde os ladrões andavam bem vestidos, e roubavam para terem o que comer. Hoje extorquir virou um jogo de azar, onde a aposta mais alta é a destruição da família. E o quartinho de costumes ficava na capital federa, em um cantinho nada escondido. O que sera que fazem os criminosos de colarinho branco
-Só Deus sabe, retrucou Dona Matilde. Que logo que arranjou outro lugar para morar foi se embora com a família
- Aqui não fico, sou honesta, trabalho, ganho meu dinheiro honestamente, não preciso de mais problema na minha cabeça
- E olha que era só um quarto!
Seu Damião disse no dia seguinte que iria comprar uma arma e deixa-la em casa, mas foi convecido por Dona Matilde a não comprar
Foram embora para outro lugar, acharam uma casa. um casebre ,mas aconchegante. tinha dois quartos, uma cozinha e sala e um banheiro o suficiente para família.
Nenhum dos filhos pensava em sair de casa, também porque não tinha filhos e precisavam ajudar em casa. A herança de pobre é passada de família para família. Não tendo como construir uma casa, mais tarde Romeu fez um puxadinho na casa que era de aluguél. enquanto Júlio conseguia quitar a dívida da casa. Já o mais novo só Deus sabe
- Minha esposa vem morar comigo, disse ele, Romeu não estava no quarto onde a gente vai ficar
-Se dá tudo um jeito nos costumes e Dona Matilda ficava orgulhosa com seus três filhos e com sua família. A mãe já havia falecido, guardava um retrato dela jovem na cabeceira da cama!
- Minha mãezinha me ensinou tudo e tudo que fiz foi para o bem da minha família. Contudo Dona Matilda não sabia que Romeu era homossexual. E ele escondeu esse segredo da mãe dos pais e dos irmãos por muito tempo vivendo no quartinho de costumes. Mas chegou uma dia que não se aguentou
A família muito religiosa, rezavam sempre juntos aos pés da virgem o terço e quando mais nova Dona Matilde consagrava Nossa Senhora.
Romeu o mais velho era um garanhão, metido a moralista! fazia tudo errado e no final as pessoas ainda gostavam dele. Arranjou uma namorada quando tinha 30, prometeu casar-se, noivando com a garota e dando um ar de leveza para sua mãe
- Quando Romeu casar, eu vou ter meu primeiro netinho!
Mas romeu não casava, só tinha uns lances com as garotas, porque não tinha coragem de assumir sua homossexualidade para sua família. Ele era apaixonado pelo rapaz do trabalho. Eles trabalhavam em um armazenamento de caixotes de papelão, melhor dizendo fazia caixas de papelão.
Em casa romeu tinha um jeito mesquinho com as palavras na rua era um doce principalmente com os homens que achava bonitos. não tinha muitas palavras para com eles, só os admirava de longe tentando alcançar.
Até que chegou o dia que ele resolveu contar que levou um homem para o quarto onde moravam e que esse homem o assaltou levando o dinheiro todo da casa. Na mesma hora Dona Matilde teve o insght do que aconteceu
e ninguém nunca mas tocou no assunto...

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