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    Eu vivi no olho

do furacão

no centro da revolução

no dente da boca do leão

Passei girando pela terra

Observando o mar, as plantas

e as donzelas

Comi o ventre da primavera

Entrei em uma caverna

Dormi, sonhei, acordei

numa taverna

e lá tinha gente igual a outra

Desci pela viela

segui a enxurrada que viera

e fui embora na miséria

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