Nada é para sempre

um poema imortal

Fofocas

mentiras

conversa fiada

Então é bom escrever

é o que mais dura

de agradável

o desejo em escutar

Transtorno Bibliográfico

 Transtorno Bibliográfico

Eu era incompatível

com a categoria de ser pai

talvez um bom namorado

ou esposo

mas não amaria mulher alheia

esperava encontrar alguém depois dos Quarenta

possivelmente

uma paixão ardente

nessa idade

salvaria minha pele

afinal de contas um poeta com

uma saia rodada para superar o exílio

que me amasse

era o melhor remédio

de

vez

em

quando

Transtorno Bibliográfico

 Transtorno Bibliográfico

O simples fato de não ser

mais um pinguço no boteco

faz com que eu escreva mais

cada vez mais

minhas poesias

não se medem com litros

ou centavos

mas anda pelo desespero de

não beber

nunca mais pela mulher

que me colocou atrás dessas

teclas

Transtornos Bibiográficos

 Não queria nada

Portanto nada

Me queria

E ficava por isso mesmo, por certo tempo

Abria a geladeira e puxava algo para comer

E ficava a sorte na computadora sem saber

Do dia de amanhã, imaginei a vida de um

Poeta errante diferente e com vigorosidade

Ao estilo Cervantes, ou mesmo Buk, porém

Acabei me distraindo lendo outros escritos

Dai

Caí na rotina

De repetir velhos hábitos do meu pai

Ficar desempregado

Algum tempo era um deles

Eu tinha apreço

Pelo

Serviço

Mas nada era como eu queria

Na realidade eu aprendi

A ser

Artista e não um peão graduado

e se eu pedisse que as coisas girassem a meu favor

eu não saberia sobreviver

43, 37

e um belo

dum final

feliz

 As teclas parecem martelos

Esperar, o que?

Sucesso, fama, dinheiro

Prefiro ficar esperando

Em você!

E a cerveja não foi eu que paguei!

Esses olhos

verdes muito escuros

se deixam enganar

esses que dizem serdes

castanhos

enganam-se muita

gente menos a

minha vó materna e minha vó paterna

já os chamaram de pretos

agora o quê

só quando me reconheço

no espelho do banheiro

entendo minha condição

 

 

A cara de bucha de tua boca soltou um riso

Um frame que somente eu captei, ora

Você não conseguia se ver por inteiro

 

Nunca nos entendemos bem, pertume

Não tínhamos e era uma longa jornada

Que fazíamos em asfaltos mal calçados

Com os mesmos par de tênis iguais

Da tua roupa um vestido não passado

No dia o seu aniversário onde cantamos

Parabéns, Parabéns , parabéns, parabéns

 

Mais um poeta enfeitiçado e é claro pelo

Teu sorriso e principalmente tua voz

 As cartas de amor

que eu te escrevi

delete

Hoje você não é

a mesma mulher

Os nossos sentimentos

são outros

já conheci outras

mulheres

e aposto que você

já encontrou outros

homens

 Escreva para

matar a saudade

escreva para

cansar a solidão

simplesmente

escreva para

ser feliz

para esgotar-se

se suor, trabalhe

nisso e colha

sua bela lacuna

no reino de Deus

Sem sentido

 

ou então o diabo

que te acolha!

    Se você acha que é rico

e não tem dinheiro

na sua conta

deve ser de motivos

mais sóbrios

 Musas do século XXI

Um som de cereja que aperta os dentes

com toda lida diária de seus embates

ainda colocamos a cada marcação

dizendo que são musas, as mulheres

e por que haveriam de não ser?

e quando forem mães

o universo torna

a quem és

 Não ando com roupas sujas

Me perguntam

por que não caso

porque só uma

trouxa de roupas

sujas se casaria

comigo e também

assim do jeito que

sou, melhor não

incomodar ou

dizendo melhor

quem sente que

nasceu só um dia

encontra seu amor

e quando ele não

da certo fica ferido

por um bom tempo

ele se fecha e se abre

mas a cabeça se fixa

na mesma pessoa

e ela vai te dar amor

sempre que estiver

sozinho qual a razão

de casar com dois

amores que da e um

que recebe a escolha

é difícil e você pode

vacilar a vida de outra

pessoa nessa, da mesma

forma que foi vacilado